O simples acto de darmos as mãos, algo que faziamos naturalmente, tornou-se insuportável. Repito, insuportável. As nossas mãos, que dantes encaixavam tão bem, agora não combinam. É como uma peça de um puzzle que dantes parecia encaixar bem mas que agora, vistas bem as coisas, não encaixa, ou então, encaixa apenas metade.
Aquela despedida de hoje, apesar de ter sido encenada para o trabalho de Português, foi a nossa despedida... Ao princípio, admito que me estava a rir, que estava completamente no gozo, mas depois, quando vi a tua cara, a expressão dos teus olhos, toda aquela encenação passou a ser bastante real, perturbou-me. Aquele olhar valeu mais que mil palavras, valeu as mil palavras que se esgotaram ou, por outro lado, valeu apenas uma palavra: adeus.
Acho que desta vez acabou mesmo. Ambos nos assustámos, estava tudo a tornar-se demasiado real. Talvez até tenha feito bem pormos um fim a isto.
Então é isso, estou demasiado apegada a ele e vou ter de me separar. Um passo para a frente e dois para trás.
Tenho saudades tuas, do tempo em que as nossas mãos encaixavam na perfeição, mas não voltes. Não quero ter de te dizer que sim e, sobretudo, não quero reviver tudo outra vez, apesar de saber que é isso que vai acontecer se voltares.
Por isso, por favor, não voltes...