Entrámos na tua casa, fechámos a porta. Prendeste-me pelos pulsos, sufocaste-me com o teu beijo sedento. Bem vinda de volta. Uma vez mais guiaste-me até ao teu quarto. Rapidamente me perdi na imensidão desse teu abraço que tem de tão grande e desajeitado como de reconfortante. Branco, preto, vermelho. Perdi-me. Não me quero encontrar. Procura-me, fica comigo. Anda, - não tenhas medo - ficaremos os dois perdidos em nós.

Fico-me pela metade. Com os outros, fico-me sempre pela metade. Contigo, eu era completa. Dava sempre o meu melhor. É pena o meu melhor ser mau, não ser bom o suficiente para te fazer ficar.

- sempre tivemos um péssimo sentido de oportunidade, não foi? e se de repente tivéssemos um bom sentido de oportunidade? só por uma hora. como é que isso seria?
- acho que isso... seria um momento excepcional

És a minha saída de emergência. Oh espera, pus uma tranca na porta e agora não a consigo abrir. Estranho não é? Habitualmente as saídas de emergência nunca estão bloqueadas.

A minha cabeça está vazia, completamente vazia. Quando uma coisa em que eu acreditava tão convictamente, que acabava por me servir de reserva, se transforma exactamente no oposto, eu perco-me. É como se, por momentos, me tivessem tirado o chão de debaixo dos pés.

És o nevoeiro que me envolve e me molha a cara com pequenas gotas de água. És o vento de inverno que me aclara as ideias e o vento de verão que me envolve e conforta. És a água que me acalma, as correntes que me puxam e estrapuxam, a areia que me dá sustento. És as noites de trovoada que me deslumbram e hipnotizam. És os dias de chuva que me fazem pensar. És o sol que me aquece e o frio que me deixa petrificada. És tudo, és tu.

A minha letra é pouco dinâmica, diz-me que eu sou uma pessoa que não avança para as coisas. Fujo a tomar decisões. Quer dizer, não é bem assim. Eu não fujo a tomar decisões, simplesmente deixo-as para a última da hora, estico a corda ao máximo. E realmente não avança para as coisas, não avanço para o desconhecido, para o que pode ser desconfortável. Não gosto.

Não devia dar-te tanta atenção mas não consigo evitar. São pequenos pormenores que me tocam, que me deixam a pairar sobre um céu infinito de dúvidas. É verdade que devia seguir em frente, e até sei que o consigo fazer, mas o problema é que eu não o quero fazer porque quando uma pessoa quer realmente alguma coisa... Bem, isso muda tudo.

Os seres humanos não foram concebidos para estarem sozinhos. Precisam de comunicar, estabelecer hierarquias e relações, desenvolver a atitude crítica e o pensamento. Nada disso acontece se estiverem isolados do mundo exterior.

Não fomos feitos para sermos solitários. Precisamos de alguém que nos complete e que nos faça crescer. Nós não nos chegamos. Podemos optar por nos distanciarmos para não sermos magoados mas isso não quer dizer que sejamos solitários. Quer apenas dizer que aprendemos a controlar os nossos sentimentos e emoções só para não sofrermos, seja com o que for. Ou então, apenas mandámos o nosso coração ir dar uma volta.

Isto ainda não acabou. Nós ainda não acabámos. Não sou capaz de te afastar completamente, sinto-me inútil. Quando é que nos vais dar uma oportunidade? Perdoa-me por ainda esperar por ti...

«Ou então, ainda vou acabar a fazer monólogos como atriz secundária.»

Maria José Paschoal in O cerco a Leningrado

Bloqueei. Só me conseguia lembrar do sabor da tua boca, da agradável sensação de te beijar. Já não ouvia o que dizias há muito tempo, apenas observava o movimento hipnotizante dos teus lábios, enquanto falavas. Desviei o olhar, tinha de voltar a pensar, acordar a minha consciência. Tinha de me esquecer daquilo de que era proibido lembrar-me.

É inacreditável a maneira como tu mudaste, como ela te mudou. O mais interessante, ou não, é que eu não acho que tenha sido uma mudança para melhor. Foi muito repentina, muito forçada. Tu mudaste para ela gostar mais de ti, mas foi um grande erro teu.

um aninho ♥

No dia 12 de Janeiro de 2010, decidi começar a escrever um blog. Hoje, 145 post's depois, aqui estamos nós reunidos para celebrar o seu primeiro aniversário. Obrigada a todos os meus seguidores fofinhos e que o Unexpected continue por muito tempo. Este sítio acabou por se tornar o meu refugio e vai continuar a sê-lo, por tempo indeterminado, por isso, podem continuar a contar com textos deprimentes, histórias inventadas, histórias reais contadas na 3ª pessoas e algumas frases que encontre por aí.
Beijinho grande a todos ♥

Porque é que os animais com mais cicatrizes e marcas de luta são os mais bonitos, mais imponentes? É simples: cada marca tem um significado, um pedaço de vida lá contado, uma lição aprendida, um treino para o futuro. Têm mais para ensinar.Talvez sejam erros ou coragem ou até ousadia, não interessa. O que interessa são as batalhas e o que se aprendeu com elas.

wild soul

É inútil, tenho uma alma selvagem. Não vai ser de mais ninguém a não ser minha. Se calhar, nem minha é. Anda por aí, vai quando quer e volta quando lhe apetece, sem dar explicações. Quando é encurralada, ataca. Quando se sente livre, foge para longe. Olha de alto e vigia quem está em baixo. Luta por sobreviver à maneira dela, fazendo de mim uma pessoa fria e estranha. A defesa do território que me pertence está incutido na minha alma. Ameaças originam ataques, alguns com consequências irrevercíveis.  I'm not that person anymore.

Foi estranho percorrer a mesma ruela que dantes percorriamos juntos. Estávamos só os dois, como dantes, mas cada um estava na sua frequência, não estávamos em sintonia. Sinto falta da nossa sintonia, daquela altura em que já sabia que os teus dedos iam percorrer delicadamente o meu pulso, até se entrelaçarem nos meus e me puxarem para ti. O meu corpo sente falta disso, eu sinto falta disso. Anceio pela altura em que tudo vai voltar, se é que alguma vez vai voltar

[era suposto a imagem mexer :c]

Hoje cheiravas particularmente bem. Se calhar sou apenas eu que já não estou habituada a esse aroma tão doce e agradável que fazia parte da minha vida mas a verdade é que de cada vez que ele chegava até mim, através de leves brizas, eu ficava sem pensar durante uns segundos, era levada para o passado.

Hoje não me sinto inspirada mas preciso de escrever.

Torna-se um bocado cansativo estar constantemente a entregar-me às pessoas erradas. Quando volto a confiar nele, ou pelo menos a recuperar um pouco daquela confiança que ele fez questão de deitar abaixo, alguma coisa muda.

Mr. Ultrasensitive, devias deixar de ser assim, devias deixar de amuar quando não posso estar contigo. Não penses que é por não querer, é apenas por medo de confiar em alguém que está constantemente a cometer os mesmos erros comigo. Torna-se... cansativo.