segunda-feira, 30 de abril de 2012

Não posso tomar decisões à noite, às 4h, 5h ou 6h da manhã. Na altura parece tudo lógico e acertado, tudo é muito prático e claro mas isso só acontece porque o meu discernimento já foi dormir às horas a que eu também devia ter ido. Depois destas decisões, só me sinto uma falhada porque de dia, a consciência volta e eu percebo que aquilo que decidi simplesmente não está ao meu alcance. É algo que não está nas minhas mãos para que possa ser eu a controlar.

sábado, 28 de abril de 2012

Quando vais na rua, à noite, e começar a chover, pára. Pára e sente as gotas de água acomodarem-se  na tua roupa e humedecerem-na lentamente, até elas se colarem por completo e passarem também a fazer parte de ti. Deixa que a chuva te molhe o rosto e te reconforte à sua maneira, levando tudo o que de mau te acompanha. Sente as gotas encontrarem a palma da tua mão e refrescarem tudo o que nelas fervilha. Deixa-as traçar o caminho das suas vidas em ti, nas tuas mãos, na tua alma, no teu corpo, na tua essência. Entrega-te infinitamente às forças da natureza e serás feliz se abrires a tua mente, se amares tudo o que a natureza te der, se aprenderes tudo o que ela te ensina.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Três anos... Três anos de uma relação infrutífera e desequilibrada. Já devia ter desistido - eu lembro-me que não era assim! Para onde é que eu fui? Quem é que eu sou agora?

domingo, 22 de abril de 2012

Há dias em que só me dá vontade de ficar sentada no parapeito da janela a beber chá, olhar lá para fora e ouvir música; sem fazer mais nada. A disposição e a felicidade simplesmente não dão para mais do que isso. São precisos dias simples e pouco exigentes, sem outras pessoas à minha volta.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Fecho os olhos e tudo à minha volta é preto e longínquo, manchado com cores berrantes. A minha mente desenha perfeitos infinitos a uma velocidade estonteante. Alterna com espirais ascendentes e descendentes, círculos grandes, círculos pequenos; volta aos infinitos. É sempre assim com tudo, inova por uns tempos mas depois volta ao confortável conhecido ou então limita-se a duas ou três opções, repelindo tudo o resto. Deixa-me deslocada de mim e dos outros, assim, sem mais nem menos.

domingo, 15 de abril de 2012

Tristes e mortiços; é assim que ficam os meus olhos quando penso em ti. Falaciosa noção de intimidade. Costumava amar-te e ter-te sempre comigo, ocupando sempre a minha cabeça. Agora, começas a falhar-me, eu começo a falhar-te e a falhar-me. Já não passa de um vazio, já não passo de um vazio porque, na verdade, isto acaba por ser um vazio falsamente preenchido, ao qual eu me agarrava como se fosse a minha salvação. Acabou por se revelar um bilhete, só de ida, para o local mais negro e sem vida de mim.

sábado, 14 de abril de 2012

- Porque choras assim, tão violentamente?
- Porque era tudo perfeito, sabes? Eu era feliz contigo e era tudo perfeito, tão fácil e natural como respirar. Mas perdeu-se. Perdeu-se tudo; perdeu-se a felicidade; perdemo-nos nós... Era tudo tão fácil e perfeito...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sou imatura e fujo quando me assusto ou quando tenho medo de alguma coisa. Muitas vezes, só preciso de alguém que me dê a mão com intenções verdadeiras de me puxar para fora do meu esconderijo e mostrar-me que não há nada a temer. É preciso que esse alguém tenha paciência e consiga aguentar a minha cobardia em esconder-me do que me assusta, do que é demasiado grande para mim.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Estava habituada a tomar conta de todos, a manter toda a gente unida e inteira, por assim dizer. Fui tomando conta de pessoas que não precisavam de mim para nada, deixando, se calhar, os silenciosos necessitados de fora. Que falta de sensibilidade. Ocupei-me disso de tal maneira que me esqueci de mim e da minha necessidade de também ficar unida e inteira. Fui deixando pedaços caírem por aí, sem me dar conta realmente do que tinha perdido. Agora que estou pronta para mim, reparo que não estou inteira e que há muitas coisas importantes que ficaram para trás, perdidas por aí. Nenhuma é recuperável, é apenas remediável.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A cada novo dia e a cada aleatória conversa, vai tudo evoluindo. Vou sonhando mas ao mesmo tempo vou tentando manter os pés na Terra. Não consigo deixar de pensar que isto rascunhos daquilo que será a minha felicidade futura. Não completa satisfação, há zangas e desacordo na maior parte das vezes. Há falta de paciência mas também há bons momentos de cumplicidade. Fecho os olhos e lá estás tu, quase sempre. Acabas por ser o meu paraíso negro.

sábado, 7 de abril de 2012

Estou nervosa, mesmo muito nervosa. Não sou capaz de respirar em condições e tenho um aglomerado de borboletas na barriga, se é que isso é possível. Tenho saudades tuas e não sei como vai ser voltar a ver-te. Preciso mesmo de um abraço teu.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dizes que precisamos ambos de crescer e mudar para eventualmente virmos a funcionar bem. Concordo contigo. Aceito o desafio. Mas não é por ti, é por mim. Preciso de crecer antes de poder fazer seja o que for, seja com quem for. Não sou capaz de dizer se ainda tenho coração porque neste momento não o sinto. É como se no lugar dele estivessem apenas as leves cinzas do que antes era um coração ardente. Mas é assim que tem de ser e é assim que vai ser, daqui em diante. Serei eu e as cinzas do meu coração, no mundo que antes era nosso.