terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Estrago-me a mim e estrago-te a ti. Não tenho uma ideia clara do que devo ser, sou, vou sendo. E no meu ser, não há espaço para ser o teu ser e é por isso que chocamos. É por isso que eu não posso ser a tua motivação. Tu precisas de algo forte e seguro, com vontade como a que o rochedo tem de ficar agarrado a terra, mesmo quando leva vezes e vezes sem conta com ondas do mar furiosas. Desculpa-me, já não consigo dar-te aquilo que não tenho. Não me encaixo nos teus desígnios, as minhas imperfeições nem sempre te servem e tu não fazes questão de o amaciar. Simplesmente desapareces, tiras-me o tapete, deixas-me sozinha - precisamente quando eu mais precisava de um abraço sincero, um beijo doce na testa e um "estou aqui, vai ficar tudo bem" sussurrado. Não há quem te substitua, é com a tua pessoa que eu quero falar quando me chateio contigo. Volta, está bem? Preciso de alguém mais presente.

domingo, 5 de outubro de 2014

Sou aquela pessoa que desce o último degrau da escada a saltar; que fica feliz quando vê um baloiço; que corre para os braços de quem ama e dá um abraço tão apertado que parece que vai sufocar; que diz parvoíces para fazer os outros rir. Hoje, mais do que nunca, sinto-me uma criança. Quero fugir à realidade difícil que é assumir as consequências dos meus atos, mas já não posso culpar outros por aquilo que sou eu a fazer. Sou mais velha, mas nem por isso me sinto maior. Tenho de ganhar coragem e saltar para o caminho, fingir que não tenho medo que tudo desabe à minha frente enquanto ando e que sou capaz de levar a minha avante, mesmo que tropece e esfole os joelhos umas quantas vezes.
Afinal de contas, quem é mais respeitado? Quem lutou e ganhou cicatrizes das batalhas em que aprendeu ou quem está completamente limpo, não aprendeu nada e sempre fez tudo pela calada?

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

"Para que conste, cada vez que erro, aprendo. Mas também uso esses erros para ver quem é que vale a pena ter à minha volta, quem é que vai compreender que não sou perfeita e que para lá da pessoa que sou quando estou magoada, há alguém que se dedica e é leal aos que a rodeiam"
 
Gostava que compreendesses isto verdadeiramente. Não to disse para soar bem, disse-o porque queria que pensasses sobre isso. Deixa-me mesmo triste que não sejas capaz de me perdoar e de te empenhares em (re)construir a amizade. Dei-te o que podia. Se calhar era mesmo eu que estava a imaginar coisa e, de facto, eu não passava de mais uma que servia para quando não estavas bem com as tuas outras amigas. Não vou esquecer os teus bons gestos de madrinha, de amiga, que enquanto fui caloira e tudo correu bem pude experienciar. Obrigada por me teres orientado quando estava completamente sozinha lá dentro, mas, sobretudo, obrigada por me teres aberto os olhos - ainda que sem saberes - e por me teres feito dar ainda mais valor à pessoa que mais amo.
Acho que nos ficamos por aqui, até à próxima.


terça-feira, 9 de setembro de 2014


Disse a mim própria que não iria escrever sobre isto, que iria permitir que isto me afetasse mais do que devia, mas tenho de o fazer. Tenho de escrever, de me libertar, de me fazer entender a mim própria. O que é, afinal de contas, "afetar mais do que devia"? Não há uma medida certa para a dor nesta situação. Sim, finalmente admiti para mim própria que isto me magoava realmente e que não valia a pena continuar a fugir ou evitar o assunto. Magoa-me a tua frieza, acima de tudo; a confusão que é ver-te olhar para mim com o ar de sinto-me tão bem por ver a dor nos teus olhos e poder brincar com isso a meu favor. You're such a bitch - é o melhor elogio que te posso dar, neste momento. Tanta superioridade acaba por te fazer pequena e deixa-me confusa, para ser honesta, ver que uma pessoa que eu julgava tão grande, ser, na verdade, mesmo tão pequena. Como é possível seres tão antagónica? E porque é que me escolheste para agora me descartares?
No fundo, se calhar a culpa é minha; é sempre minha. Mas, sinceramente, desta vez não compreendo o que se passa nem por que se passa. Nem compreendo porque é que isso me dói, por que me dói ver-te com os outros e não comigo - porque me fizeste sentir a única especialmente escolhida, quando na verdade era só mais uma na tua longa lista de afilhados. Ainda assim, devo admitir que é patético da minha ter alguma vez achado que era especial, que era alguém, que era sequer uma amiga útil e de prioridade. Afinal sou só uma opção, que agora se encontra bem no fundo da tua lista. Espera aí, estarei ainda na tua lista, sequer? Whatever... Não é assim tão Whatever, mas eu faço por que seja, para que não magoe mais, nem a mim, nem aos outros que me veem assim. Maldita mania dos meus olhos serem transparente e mostrarem tão claramente a dor que é olhar para ti e ver uma pessoa vazia, vazia daquilo que me mostrava ser, mas cheia daquilo que realmente é.
Eras uma amiga. Penso que, por agora, sejas apenas uma desconhecida na qual ainda reconheço muitos traços. Não sei chegar a ti nem sei ser o tipo de pessoa que gostas. Na verdade, nem sei se quero ser essa pessoa. Sinto a tua falta, é um facto, deixaste o lugar de madrinha vazio e eu não o consigo ocupar. Talvez tu não queiras voltar ao teu lugar ou eu não te queira deixar voltar lá, porque sei que vou acabar magoada outra vez pelas tuas atitudes sem sentido. A sério, não há muito mais que eu possa fazer. Agora é a tua vez.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Talvez seja da minha personalidade. Ou então talvez não e eu esteja simplesmente destinada a falhar. Não consigo comunicar com eficácia, não tenho vontade de sair de onde me encontro, apesar de querer abraçar o mundo e seguir para a frente com a vida, tentando alcançar algo glorioso - glorioso para o meu mundo, não para o mundo dos outros. Seria já uma grande vitória conseguir ter vontade de me levantar de manhã e encarar a vida com um sorriso. Tão pouca luz, tanta escuridão e apatia. Não há felicidade onde me agarrar, não há conforto, há solidão, há tristeza.
Tomorrow will be better, é esse o lema. Perdoa-me, mas não é isso que sinto.

sábado, 28 de junho de 2014









a minha cabeça está vazia, outra vez. é estranho e um bocado assustador. oiço música bem alto para não me aperceber assim tanto desse vazio, desse silêncio que se instalou talvez para ficar. tenho medo.
talvez um dia isto melhore.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Não vou ser a primeira a ceder, uma vez mais. Não interessa se é correto ou incorreto, se devia ou não devia. Não hei de ser a primeira. Quero que corras atrás, que mostres que realmente vais fazer o que disseste e que me vais dar alguma atenção depois de me teres ignorado durante tanto tempo.
E não, não te vou dizer à primeira, nem à segunda, nem à terceira porque é que fiquei assim. Expuseste num instante e muito prontamente tudo aquilo que me magoa, desagrada, enfurece e rebaixa em mim, golpe baixo pelo qual vais pagar bem caro (ou talvez não).  Sabes bem o que disseste, sabes quem sou e como sou - tu própria o afirmaste. Assim sendo, vou deixar-te a pensar, a refletir sobre as tuas palavras e quando sentires que é necessário, fala-me. Até lá não saberás de mim, sei que será um alívio para ti, antes de qualquer outra coisa. Espero que tenhas uma boa noite, hasta la vista baby.

E não voltes a fazer o que fizeste tão cedo.