
Sou aquela pessoa que desce o último degrau da escada a saltar; que fica feliz quando vê um baloiço; que corre para os braços de quem ama e dá um abraço tão apertado que parece que vai sufocar; que diz parvoíces para fazer os outros rir. Hoje, mais do que nunca, sinto-me uma criança. Quero fugir à realidade difícil que é assumir as consequências dos meus atos, mas já não posso culpar outros por aquilo que sou eu a fazer. Sou mais velha, mas nem por isso me sinto maior. Tenho de ganhar coragem e saltar para o caminho, fingir que não tenho medo que tudo desabe à minha frente enquanto ando e que sou capaz de levar a minha avante, mesmo que tropece e esfole os joelhos umas quantas vezes.
Afinal de contas, quem é mais respeitado? Quem lutou e ganhou cicatrizes das batalhas em que aprendeu ou quem está completamente limpo, não aprendeu nada e sempre fez tudo pela calada?