Já disse montes de vezes que um dia chego ao pé de ti e digo tudo o que tenho a dizer, tudo o que me está atravessado na garganta desde à tanto tempo.
Já disse montes de vezes que vou esperar até ao Verão e então, nessa altura, lutarei por ti a sério.
Já disse montes de vezes que tu não mereces que eu sofra por ti e que o melhor é desistir.
Mas também já disse montes de vezes que não quero desistir de ti simplesmente porque não. Acabaram-se as justificações coerentes. Não quero desistir porque não, porque te amo, porque apesar de toda essa imperfeição, tu até consegues ser perfeito. Porque apesar desse distanciamento todo, às vezes até consegues estar presente quando eu preciso.
Já prometi a mim mesma que um dia chego ao pé de ti e pergunto "Vale a pena continuar a lutar por ti?". Mas não vale a pena mentir. Da teoria à acção vai uma distância enorme, e toda a gente sabe que eu sou cobarde e que não tenho a coragem suficiente para te perguntar isso.
Só desistirei de ti quando ouvir da tua boca "Desiste. Não vale a pena continuares a lutar. Não vais levar mais nada daqui.". Basicamente, não desistirei num futuro próximo, mas também não correrei para ir ter contigo e fazer a derradeira pergunta. Não o farei. Apenas deixarei as coisas correr. Depois, logo se vê.
«Aquilo que procuramos é perfeito e não tem fim. Não nos contentamos com menos do que isso. É por essa razão que nos desiludimos e que de novo nos iludimos: andamos sempre à procura…»