Ontem foi quase perfeito.
Fui com ele para casa, algo que acontece muito raramente. Quando estávamos a chegar ao outro lado da estrada, depois de passarmos o cruzamento, ele perguntou-me porque estava a ir tão devagar. Apenas lhe disse que me doía o tendão, optando por esconder a parte em que me estava a doer mesmo muito o tornozelo.
Um pouco mais á frente, ele perguntou-me se eu queria que ele me levasse ao colo. Eu disse que não, apesar de querer muito.
Subitamente, ele agarrou-me e levou-me ao colo, da maneira que eu mais gosto. "Tens de te agarrar com força, não é?". Eu estava a agarrar-me, apenas não me queria aproximar muito da sua cara. Fui assaltada por uma vontade enorme de voltar o rosto dele na minha direcção, como fiz no passado. O cheiro dele intoxicava-me, toldava-me os pensamentos, deixava-me nervosa. É algo de que sinto muita falta. A meio do caminho, optou por me levar às cavalitas, algo de que também sinto falta.
Ontem foi quase perfeito. Teria sido perfeito se não tivesse saudades, se soubesse que tudo correria sempre bem daí em diante. Teria sido perfeito se soubesse que seria tudo como foi no passado, sem tirar nem pôr.
Gostei daquela proximidade, fez-me sentir bem. Mas só teria sido perfeito se eu soubesse que assim que ele me pusesse no chão, eu não sentiria saudades do calor do seu abraço, do seu cheiro tão doce que, por vezes, até se torna enjoativo; se soubesse que assim que o vi-se fazer o caminho de volta para casa não sentiria um aperto no coração por o ver fazer o mesmo caminho que fez da ultima vez que estivemos juntos; se soubesse que ele era meu e que não precisaria de afastar as boas memórias que me encheram o espírito.
Entrei em casa com um nó na garganta, uma dor de cabeça enorme, um tornozelo magoado e os olhos a arder.
«(...) naquele momento, senti-me bem. Completa. O coração batia aceleradamente e o sangue corria-me, quente e veloz, nas veias. Os meus pulmões encheram-se do doce aroma que emanava da sua pele. Era como se nunca tivesse havido um buraco no meu peito. Sentia-me óptima - não curada, mas como se nunca tivesse existido qualquer ferida.»
4 comentários:
Gostei tantooo *-*
Ele fez mesmo isso? Não posso :ooo
Ahahahah <3
sem palavras, sem ser:
uau, parece que a steph' escreveu para ti o:
Mia: yaa, fez mesmo isso *-*
Joana: pois é, parece tanto que até mete nojo o.o
acredito que meta :/
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