Está frio, sinto a humidade na pele a querer entrar no meu corpo, sinto a saudade a apertar e o desgosto a aumentar, sinto cada vez mais a vontade de voltar atrás e naquele preciso momento dizer: não, eu não quero partir. O vento soprou as palavras da minha boca e elas nunca chegaram a ser ouvidas por quem deviam de ser ouvidas, elas percorrem o mundo, de boca em boca, mas não na minha, já mais elas voltaram.
Estou sentada num banco junto ao mar, junto do nada, onde o meu pensamento bate nas ondas e ergue-se aos céus, porque é ai que sinto tudo a meu favor, é ai que os meus sonhos se tornam reais e vêm pela primeira e última vez a gloriosa luz do sol, o seu quente aperto e o seu brilho incandescente.
Realça-se o brilho dos olhos, o andamento forçado e o venenoso perfume paira sobre o vento, abrindo as feridas já existentes por ele causadas. Estou presa ao chão por correntes que cada vez fazem mais pressão sobre mim, recebo batidas cada vez mais fortes do vento e vejo a escuridão chegar junto do meu corpo já escasso, sinto a saudade com ele chegar, sinto o ódio a possuir-me e o amor a desaparecer.
Finalmente tudo acaba, tudo o que restava desapareceu e eu fiquei sozinha, agora aquilo que me resta são apenas memórias e pensamentos, as memórias deixadas por feridas e os pensamentos daquilo que poderia ter sido uma história. Estou longe da razão, estou longe do meu ser, mas perto da mentira e da ilusão, tenho forças, são escassas, mas são suficientes para me erguer e quebrar as correntes que me mantêm junto do gelado chão à demasiado tempo.
A partir do momento em que me ergo vejo tudo o que nunca vi, sinto tudo o que nunca senti e aprendo aquilo que devia ter aprendi à muito, agora quero receber o teu perfume envenenado e curar as minhas feridas, quero sentir o teu forte e quente calor para me sentir bem quando o frio chegar, quero ver o teu brilho nos olhos e admira-lo sem ninguém notar. A partir de agora eu estou diferente, porque sei que não me posso prender ao passado para puder viver o presente e sonhar com o futuro.
« Longe da razão, longe do próprio ser, mas perto da mentira e da ilusão »
(Texto by: Magda Martins)
5 comentários:
Disse e volto a dizer: está excelente! :)
ela tem muito jeito para isto :b
óh :c
essa croma não quis dizer que foi ela que escreveu :b
mas muito obrigada Gonçalo !
toda a gente sabe bem que eu não consigo escrever assim :c
por amor da Santa :c
sabes sim, não é difícil ! xD
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