Conhecem aquela sensação de que já viveram no passado aquela situação que estão a viver num determinado momento? Aquela sensação de conseguir prever o futuro, de conseguir prever aquilo que vamos fazer nos segundos que se avizinham? Conheço bem essa sensação, até tive a oportunidade de a "sentir" hoje.
Tal como da última vez que estivemos juntos, apanhámos o 16 que passou às 16h25. Estava um calor abrasador, tornava-se quase penoso estar ao Sol. Saímos do autocarro e eu fiquei à espera que tu decidisses o caminho que íamos tomar. Fizemos exactamente o mesmo caminho, à mesma velocidade, sem proferir uma única palavra. A única diferença é que, desta vez, tu não me seguravas a mão. Enquanto subíamos a rua sob aquele calor sufocante, só conseguia pensar na última vez que tínhamos feito aquele caminho. Mesmo contigo a dois metros de distância de mim, conseguia sentir a tua mão à procura da minha, os teus dedos a entrelaçarem-se nos meus, o teu braço encostado ao meu. Conseguia sentir o teu cheiro, o teu braço a envolver a minha cintura. Mesmo contigo bem longe de mim, eu conseguia sentir tudo isto de uma forma assustadoramente real. Não serão estas sensações uma expressão, ainda que pouco assentuada, de loucura?
Neste bocado de tarde de hoje, voltei ao passado, voltei a sentir a tua falta, voltei a querer-te ao meu lado e a concluir que nada disto voltaria a acontecer. Tenho de "acabar" de vez contigo, estou farta deste aperto na garganta que se cria sempre que eu recordo os nossos 
1 comentário:
Enough it's enough, love.
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